"My name is Harvey Milk and I'm here to recruit you!" - Milk - A Voz da Igualdade


Harvey Milk
Hoje em dia, a luta dos homossexuais pela igualdade de tratamento e oportunidades é extremamente notória. Diversos são os movimentos e marchas que ocorrem quase todos os dias em diversos países do mundo. Em outras palavras, a discussão sobre os direitos civis dos gays já se tornou uma pauta permanente. Mas poucos sabem por que é que ela alcançou a grandeza que possui atualmente.

Um dos grandes responsáveis (não o primeiro nem o único, visto que o movimento gay é amplo e começou bem antes da notoriedade alcançada pelo personagem) foi, sem dúvidas, o ativista Harvey Milk.


Feita esta pequena introdução, vamos ao que interessa. Ou seja, o porquê deste filme estar entre os representantes do Cine Diversidade.


Milk não é somente uma bela cinebiografia do famoso diretor Gus Van Sant. Milk vai além dos discursos chatos e repleto de filosofias sem sentido. O filme apresenta o ser humano Harvey Milk. E ninguém melhor que o brilhante Sean Penn para representá-lo. Penn praticamente desaparece ao incorporar um personagem tão importante na história dos Estados Unidos quanto Malcolm X ou Martin Luther King Jr.

O filme retrata três momentos da vida de Harvey: um muito breve, em que o espectador é apresentado a um engravatado funcionário público que precisa esconder sua homossexualidade para se manter num emprego notadamente conservador, sua mudança para São Francisco e seu ativismo político.

Scott e Milk
A ruptura acontece quando Harvey conhece Scott Smith (James Franco) numa estação de trem em Nova Iorque. Este acaba por mostrar a Milk que, próximo de completar 40 anos, ele ainda não tinha feito nada de grandioso em sua vida. E a partir daí decidem rumar à Califórnia.

Atualmente São Francisco é considerada uma das "mecas" gays de todo o planeta. Mas nos anos 70 a cidade estava longe de ser libertária. O reduto gay se reduzia a um bairro: Castro. E foi exatamente nesse local que Harvey e Scott se instalaram.

Distrito de Castro
Os abusos que ele ou outros homossexuais sofriam jamais fizeram com que ele escondesse sua condição. Inicialmente respondia beijando seu namorado na boca. Mais tarde começou a perceber que somente isso não era suficiente. Ele sabia que podia fazer mais. E a partir desse ponto, Harvey deixa de ser somente um dono de lojas de artigos fotográficos e lança sua candidatura a membro da Câmara de Supervisores de São Francisco (grosso modo, uma espécie de vereador).

Obviamente na primeira disputa ele não consegue a eleição. Entretanto, isso seria apenas mais um obstáculo. E que jamais o faria desistir. Mesmo que tivesse de escolher entre o amor e a causa. Milk, então, escolhe a causa.

Em 1978 enfim, consegue eleger-se. A maior vitória de Milk, porém, nem foi o fato de ter sido o primeiro cidadão assumidamente gay a ser eleito para um cargo público. Mas sim toda a conquista e o apoio que conseguiu trazer para a luta pelos direitos dos homossexuais dos Estados Unidos (inclusive de políticos conservadores, como o futuro presidente Ronald Reagan).

Infelizmente (e é assim até hoje), sempre haverá pessoas como Anita Bryant ou Dan White (no filme, interpretado por Josh Brolin) que tornarão as lutas sociais mais difíceis e até mesmo dramáticas. Mas basta que os militantes inspirem-se em pessoas como Milk para perceberem que nenhuma proposta banal é capaz de derrubar uma união verdadeiramente sólida.



Curiosidades:

  • 15 anos foi o tempo que Gus Van Sant demorou para realizar a cinebiografia de Harvey Milk.
  • Sean Penn usou próteses de nariz e dentes, além de lentes de contato e um novo penteado, para se transformar em Milk.
  • O apartamento usado como locação em São Francisco foi verdadeiramente onde Harvey viveu.
  • Milk - A Voz da Igualdade ganhou dois Oscars: melhor ator e melhor roteiro original.
Cult por quê?

As cenas iniciais do filme relatam abusos reais sofridos por gays de todos os Estados Unidos. A polícia tratava-os como criminosos apenas por gostarem de pessoas do mesmo sexo. Eram expostos ao ridículo e tratados da pior maneira possível.
Milk é cult porque serve como documento de uma importante página da história dos direitos civis dos americanos (e porque não dizer mundiais?). Vai além e mostra a figura de Harvey Milk, um ser humano como outro qualquer mas que, dotado de vontade e disposição, conseguiu transformar a sociedade em que vivia e deu voz e condição para que outros o sucedessem. 

Serve também para que o espectador conheça mais sobre o tão falado sonho de "ir a Califórnia". Até mesmo em jogos é possível perceber que, para muitos esse estado -  mais notadamente a cidade de São Francisco - é a "terra da liberdade e das oportunidades". Um dos grandes exemplos é, sem dúvida, o controverso jogo GTA - San Andreas (2005), da produtora Rockstar Games, na fase "Você está indo para San Fierro?".



Por fim, auxilia a todos que querem conhecer mais sobre o movimento gay sério, com reivindicações plausíveis e condizentes com cada contexto em que ele se insere.

Para quem se interessar:

  • Site sobre a Parada Gay de São Francisco (San Francisco Pride - que por muitos anos foi a maior do mundo - em inglês): http://sfpride.org/
  • The Times of Harvey Milk: documentário sobre a trajetória política de Milk, dirigido por Rob Epstein.
  • The Mayor of Castro Street: livro sobre a história de Harvey Milk, escrito por Randy Shilts.

2 comentários:

  1. Ótimo filme, belo post.

  1. carlos disse...:

    esse filme tocou meu coraçao porque asim como eu harvey milk tambem era gay e ele lutou pela igualdade parabens!! milk vc foi o CARA...

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